COP29 em Baku: Financiamento climático num contexto de crise global

  • Baku acolhe a COP29 com foco especial no financiamento climático.
  • Está a ser negociado um aumento significativo de fundos para mitigar as alterações climáticas.
  • Grandes ausências, como a de Joe Biden, Xi Jinping e Vladimir Putin, marcam a cimeira.
  • O planeta está a caminho de ultrapassar os 1,5°C de aquecimento este ano, tornando urgente um acordo global.

Imagem da COP29 em Baku

COP29, a cimeira climática mais importante de 2024, começou em Baku, no Azerbaijão. O evento, organizado no âmbito das Nações Unidas, reúne representantes de 197 países, com o objetivo principal de chegar a um acordo sobre financiamento climático necessários para enfrentar os efeitos das alterações climáticas. Este ano, um dos temas centrais é como distribuir os fundos e quem deve colocar o dinheiro na mesa, com especial atenção às economias mais vulneráveis ​​que sofrem mais diretamente as consequências do aquecimento global.

O contexto da cimeira não é o mais favorável. Estima-se que 2024 será o ano mais quente de que há registo na história, ultrapassando a temida barreira do aumento de 1,5º C na temperatura média global em comparação com os níveis pré-industriais. Este limiar, que o Acordo de Paris identificou como fundamental para evitar os efeitos mais catastróficos das alterações climáticas, parece estar prestes a ser ultrapassado.

O papel central do financiamento climático

Financiamento climático em foco

O financiamento climático é o tema principal em Baku. Esta cimeira foi apelidada de “COP das finanças” porque as discussões giram em torno da Novo Objetivo Coletivo Quantificado, que procura aumentar as contribuições dos países desenvolvidos para os mais vulneráveis. Atualmente, o acordo em vigor desde 2015 prometia mobilizar 100.000 mil milhões de dólares anualmente, mas esse limite revelou-se insuficiente.

Para a COP29, espera-se que o montante aumente significativamente. Segundo a ONU, os países em desenvolvimento necessitarão de 1,1 biliões de dólares por ano a partir de 2025, e esse valor poderá atingir 1,8 biliões até 2030. A União Europeia está a liderar os esforços nesta área, esperando consolidar-se como um parceiro fundamental na luta contra as alterações climáticas. .

No entanto, o debate não termina com a arrecadação de dinheiro. Também é crucial determinar Como os fundos serão geridos e a que países serão atribuídos. As nações do Sul global são as que mais apelam a uma distribuição justa de recursos, enquanto potências como os Estados Unidos e o Japão defendem o envolvimento do financiamento privado para reduzir a dependência de fundos públicos.

Grandes ausências na negociação climática

Ausências importantes na COP29

Esta cimeira começou com ausências importantes que podem afetar as negociações. Nem o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nem o seu sucessor Donald Trump (recentemente eleito nas eleições) compareceram. Em vez de Biden, John Podesta, o principal conselheiro climático de Washington, lidera a delegação dos EUA. Vladimir Putin e Xi Jinping, presidentes da Rússia e da China, também não estarão presentes., o que acrescenta incerteza aos acordos que poderão ser alcançados.

A ausência de tais líderes influentes gerou preocupação entre os principais intervenientes nas alterações climáticas. Há receios de que a sua falta de compromisso pessoal possa retardar o progresso necessário para garantir uma solução a longo prazo. Em contrapartida, líderes como Pedro Sánchez, Primeiro-Ministro de Espanha, estarão presentes para contribuir para as discussões e espera-se que desempenhem um papel activo na tomada de decisões.

O desafio de manter o aquecimento abaixo de 1,5°C

Imagem da cimeira do clima

Um dos maiores desafios da COP29 é encontrar um solução eficaz que consegue manter o aumento das temperaturas globais abaixo de 1,5 °C. Os relatórios mais recentes de organizações internacionais como o Copernicus Climate Change Service (C3S) já sugerem que o planeta ultrapassará este limiar em 2024. Este facto, somado à crescente frequência de fenómenos meteorológicos extremos como furacões, inundações e ondas de calor, torna a urgência destes acordos mais palpável do que nunca.

No entanto, as políticas atuais não são suficientes. Simon Stiell, secretário executivo da ONU para as Alterações Climáticas, afirmou que o aquecimento global continua a avançar para 3°C, o que seria devastador para a humanidade e para o planeta. Perante esta situação, os especialistas exigem que os países mais poluidores, incluindo as potências ausentes, aumentem os seus compromissos climáticos.

Ações concretas para evitar desastres climáticos

Ações climáticas urgentes

A COP29 também procurará acordos concretos para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa através de um aumento nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC). Os países mais ambiciosos são chamados a apresentar novos planos de ação climática para a próxima cimeira, que será realizada no Brasil.

Além disso, a COP29 centrar-se-á nos já discutidos Fundo de Perdas e Danos, concebido para prestar apoio financeiro aos países mais afetados pelas catástrofes climáticas. Este fundo, cuja criação foi aprovada na COP27, ainda tem muito a definir em termos de funcionamento e financiamento. O Banco Mundial foi nomeado seu gestor temporário, embora esta decisão não tenha sido isenta de críticas, especialmente por parte de nações do sul global que desconfiam da instituição.

Finalmente, as organizações ambientais insistem que a taxa atual de redução de emissões é insuficiente. Embora alguns países, como a União Europeia, tenham apresentado planos ambiciosos para 2050, os relatórios mais recentes da ONU sugerem que, se não forem tomadas medidas drásticas, o planeta enfrentará um aumento entre 2,6, 3,1 e XNUMX graus até ao final de o século. Isto representará um risco iminente para milhões de pessoas e ecossistemas.

COP29 em Baku será decisiva na luta global contra as alterações climáticas, especialmente num ano em que são esperados recordes de temperatura e fenómenos meteorológicos extremos. À medida que os países negociam os seus compromissos financeiros e de redução de emissões, o mundo observa atentamente, consciente de que esta cimeira poderá marcar um ponto de viragem nos esforços da humanidade para mitigar os efeitos devastadores do aquecimento global.


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